Como um único adulto pode alterar o comportamento de uma criança

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Por Gabriela Mateos

Como adultos, nós costumamos alterar o nosso comportamento na presença de pessoas com raiva. Isso é até bastante natural – dado que muitas vezes é um mecanismo de defesa quase que inconsciente.

Mas, ao contrário do que você pode pensar, isso não é uma coisa que aprendemos ao longo do tempo, com experiências traumatizantes. Como você vai ver no experimento a seguir, essa adaptação a uma presença hostil é algo que conseguimos fazer desde muito cedo.

O experimento

O novo estudo do Instituto de Ciências do Cérebro e Aprendizagem da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, revela que crianças a partir dos 15 meses já podem detectar raiva ao observar as interações sociais de outras pessoas – e também usar essa informação para guiar e moldar seu próprio comportamento. O que é absolutamente fascinante!

No vídeo a seguir, você pode ver durante o experimento como a criança regula seu comportamento para evitar conflitos com pessoas raivosas:

Os pesquisadores estudaram 150 crianças de 15 meses de idade usando uma amostra mista de meninas e meninos. Cada uma das crianças que participou do experimento estava sentada no colo de seus próprios pais e ficava de frente para a facilitadora da dinâmica, que demonstrou como usar alguns brinquedos diferentes.

Quando o ambiente estava “tranquilo”, com todos os presentes calmos e controlados, a criança interagiu com o brinquedo sem medo. Mas quando um adulto entrava em cena e falava em um tom raivoso, alto e agressivo, a história mudava de figura.

A criança não fazia nada, apenas observava.

Mas por quê?

No experimento, cada brinquedo tinha peças móveis que faziam sons. As crianças assistiram avidamente e muito interessadas toda a movimentação próxima a esses brinquedos, inclinado-se para a frente e, por vezes, apontando com entusiasmo.

Em seguida, uma segunda pessoa entrava na sala e sentava-se em uma cadeira perto da mesa. O pesquisador repetia a demonstração do brinquedo e essa pessoa reclamava em uma voz alta e irritada, chamando as ações do experimentador com os brinquedos de “agressivas” e “chatas”.

Depois dessas falas raivosas, as crianças tiveram a oportunidade de brincar com os brinquedos, mas em circunstâncias um pouco diferentes. Para alguns, o adulto que falou com raiva saiu da sala ou virou as costas para que não pudesse ver o que a criança estava fazendo. Nessas situações, as crianças ia sem medo para cima do brinquedo.

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