5 dos equívocos mais comuns sobre mudança climática

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Por Natasha Romanzoti

 

Apesar disso, por conta de interesses comerciais e políticos, ela é frequentemente contestada e até completamente negada, o que gera diversos equívocos sobre o que está acontecendo com o clima da Terra e qual o nosso papel nisso tudo.

Precisamos urgentemente de medidas que diminuam os efeitos nocivos dos gases de efeito estufa no planeta, e para isso precisamos desmitificar algumas ideias erradas que são espalhadas sobre a mudança climática por aí. Por exemplo:

O aquecimento é devido a manchas solares e raios cósmicos galácticos

Raios cósmicos galácticos são um tipo de radiação de alta energia que se origina fora do nosso sistema solar. Foi argumentado que eles ajudam a criar nuvens, e uma redução na frequência dos raios que atingem a Terra significaria menos nuvens, menos luz solar refletida de volta ao espaço e um clima mais quente.

A ciência, no entanto, descobriu que raios cósmicos não são bons em criar nuvens, e que eles têm na verdade aumentado de frequência nos últimos 50 anos, sem ajudar a esfriar o planeta.

Já manchas solares, originadas do sol, de fato podem alterar o clima na Terra, mas elas não têm colaborado com o aquecimento do planeta. Satélites que monitoram a atividade solar desde 1978 mostram que não tem havido um aumento de manchas solares atingindo a superfície terrestre, por exemplo.

Números podem ser enganadores. Parece “senso comum” que uma parte muito pequena de algo não pode ter muito efeito sobre ele, mas este nem sempre é o caso. Por exemplo, é necessário apenas 0,1 grama de cianeto para matar um adulto, o que representa cerca de 0,0001% do seu peso corporal.

O dióxido de carbono atualmente compõe “apenas” 0,04% da atmosfera, mas é um poderoso gás do efeito estufa. O nitrogênio compõe 78% da atmosfera e é basicamente não reativo.

Diversos experimentos já mostraram que ar com dióxido de carbono preso em um cilindro esquenta muito mais rápido que ar normal. O primeiro desses testes foi realizado em 1856 pela cientista americana Eunice Newton Foote.

Cientistas mentem sobre a mudança climática

Esse tipo de acusação já foi feito várias vezes em diferentes contextos. Cientistas são comumente atacados no que diz respeito a dados sobre clima e meio ambiente.

Se cientistas estão mentindo sobre a mudança climática, estão fazendo isso muito bem e em uma escala invejável – a conspiração teria que envolver milhares de pessoas em mais de 100 países para dar certo.

A verdade é que o contrário ocorre – os pesquisadores checam e revalidam seus dados frequentemente. Por exemplo, eles precisam levar em conta as alterações na forma de medir o clima durante o passar dos anos, além de levar em conta como as cidades se expandiram e estações meteorológicas se tornaram mais comuns, para chegar a dados mais precisos.

Se não fizessem essas checagens às suas medições iniciais, então o aquecimento da Terra pareceria ainda pior do que realmente é – no momento, de um grau Celsius globalmente.

Os modelos climáticos não são precisos e não podemos confiar neles

Claro, existem muitos modelos diferentes e nenhum deve ser considerado o correto, pois eles representam, em conjunto, um sistema climático global muito complexo.

Existem mais de 20 grandes centros internacionais de pesquisa dedicados a compreender tal sistema climático. Os diversos modelos são testados continuamente em relação a dados históricos, bem como a eventos individuais, como grandes erupções vulcânicas.

Ter tantos modelos diferentes sendo estudados, checados e validados de forma independente significa que podemos confiar neles, sem dúvida, ainda mais porque eles concordam entre si. A escala do aquecimento previsto permaneceu semelhante nos últimos 30 anos, apesar do aumento na complexidade dos modelos, o que indica que tais previsões são resultados científicos robustos.

Não há nenhuma polêmica ou desacordo. Toda a comunidade científica concorda com os modelos e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), criado pela Organização das Nações Unidas, tenta resumir e divulgar todos os dados obtidos pela ciência de forma aberta e transparente.

Não, a mudança climática não é parte de um ciclo natural

Você já deve ter ouvido esse argumento: a Terra esquenta e fria, passa por diferentes épocas climáticas, é tudo muito normal. Por exemplo, o planeta estaria agora se recuperando de temperaturas mais baixas da última Pequena Idade do Gelo (1300 a 1850), e estaria portanto agora com temperaturas comparáveis às do Período Quente Medieval (900 a 1300).

Mas não é bem assim. Esses “períodos” climáticos mencionados são regionais, não globais (dizem respeito ao noroeste da Europa, leste da América, Groenlândia e Islândia). O estudo de climas passados – paleoclimatologia –, por outro lado, indica que as mudanças dos últimos 150 anos são globais e excepcionais. Desde a Revolução Industrial, os modelos ditam que um aquecimento como o visto agora pode não ter precedentes nos últimos 5 milhões de anos.

Uma revisão de 700 registros climáticos apoia esses modelos: nos últimos 2.000 anos, a única época em que o mundo todo mudou de temperatura ao mesmo tempo foi nos últimos 150 anos, quando 98% da superfície terrestre esquentou. [ScienceAlert]

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