Dinâmica de Grupo
By Portal de Educação
A Dinâmica de Grupo é uma área das ciências sociais, particularmente da sociologia, psicologia e antropologia que se utiliza métodos científicos para estudar os fenômenos que ocorrem em grupos. De origem grega, a palavra Dinâmica de Grupo significa ação, força, energia e foi primeiramente utilizada pelo psicólogo Kurt Lewin (1973).
Após a segunda Guerra Mundial, diversos estudiosos dedicaram-se a compreender a influência do grupo para com o individuo. Sendo o homem um ser social que vive em agrupamentos partiram do princípio que para conhecer o homem, era preciso compreendê-lo no ambiente de grupo em que estava inserido.
Kurt Lewin e colaboradores deram início ao estudo da Dinâmica de Grupo no ano de 1946 no Instituto de Tecnologia de Massachussetts. A princípio o estudo era dirigido à compreensão da origem, natureza e evolução dos grupos, a influência das pessoas sobre os grupos e vice-versa.
Kurt Lewin, por meio de seus estudos instituiu a “Teoria de Campo” que versa sobre a atuação do homem num ambiente de forças interna e externa à pessoa. Também foi de autoria de Kurt Lewin o desenvolvimento da Teoria da Dinâmica dos Grupos que procura compreender a estrutura, o poder, liderança e a comunicação do grupo.
Assim, Kurt Lewin e sua equipe, desenvolveram a prática de Dinâmica de Grupo como um método educativo de treinar as capacidades humanas. O principal objetivo era conduzir as pessoas a novos comportamentos por meio da exposição, discussão e decisão em grupo, um método totalmente diferenciado do ensino tradicionalmente utilizado.
No ano de 1950 a Dinâmica de Grupo passou a ser utilizada nos Estados Unidos como método de aprendizagem. Já no Brasil, a Dinâmica de Grupo começou a ser utilizada a partir dos anos 60.
De acordo com Rogers (2002), em Bethel, Maine no ano de 1947 aconteceu o primeiro grupo denominado T-group (T significa Training = Treino) foi realizado pelos colaboradores de Kurt Lewin, logo após seu falecimento.
Os grupos em Bethel foram reconhecidos a ponto de constituírem uma organização o National Training Laboratories, que foi difundido em outras universidades em franco desenvolvimento por mais de duas décadas. O primeiro trabalho foi direcionado para a área organizacional com gerentes, diretores e administradores.
A princípio, a nomenclatura utilizada para os grupos era de T- group que “eram grupos de treino das capacidades das relações humanas, nos quais ensinavam os indivíduos a observar a natureza das suas interações recíprocas e do processo de grupo”. (ROGERS, 2002, p. 3) Através destes grupos direcionados a indústria que possuía recursos financeiros para a manutenção dos grupos foi percebido que os participantes estabeleciam relações de confiança entre si, passavam a lidar melhor com as situações interpessoais delicadas ocorrendo, inclusive, experiências profundas de mudança.
Esse movimento teve como base o pensamento Lewiniano, a Psicologia Gestaltista e também a Abordagem Centrada na Pessoa. Na atualidade muitas outras teorias contribuíram para o desenvolvimento do assunto.
Logo, os grupos despertaram o interesse, multiplicaram-se, surgindo novas modalidades que serão brevemente descritas a seguir de acordo com Rogers (2002).
- T-groups – Seu objetivo original era acentuar as capacidades de relações humanas, no entanto, foi além da expectativa inicial conduzindo a novas possibilidades de grupos.
- Grupo de Encontro – visava o desenvolvimento pessoal, desenvolvendo e aperfeiçoando a comunicação e relações interpessoais através de um processo experiencial.
- Sensitivy training group – grupo de treinamento de sensibilidades, também visava o desenvolvimento interpessoal.
- Task oriented group – Chamado de grupo centrado na tarefa aplicado na indústria, e visava o desenvolvimento da tarefa e no seu contexto interpessoal.
- Criativity workshops – Grupos de criatividade utilizava a expressão da criatividade por meio de atividades envolvendo artes objetivando espontaneidade e liberdade de expressão.
- Organizational development group – grupo de desenvolvimento da organização tinha por principal objetivo desenvolver habilidades de liderança.
- Team building group – grupo de formação de equipe utilizado para criar espírito de união e equipes de trabalho eficientes.
- Gestalt group – perspectiva terapeuta gestaltista objetivando diagnostico e terapia.
- Grupo synanom ou “game” – criação da organização Synanom para tratamento de dependências químicas.
Podemos complementar essa lista com grupos que utilizam dinâmica de grupo atualmente no treinamento de voluntários, grupos de professores, de mães, idosos, jovens, casais, órgãos governamentais, treinamentos organizacionais de diversas modalidades, compulsivos, hiperdia, vigilantes do peso, religiosos entre tantos outros.
Na opinião de Fela Moscovici, ao longo do tempo a Dinâmica de Grupo tem evoluído e inovado quando facilitada com competência e seriedade. A autora destaca a criatividade da prática, porém, ainda percebe como insuficiente a iniciativa à pesquisa, aprimoramento profissional e intercâmbio científico..
por Camila Micheletti
A dinâmica de grupo, como forma de brincadeiras lúdicas e jogos sem pretensão de analisar aspectos comportamentais, surgiu bem antes de haver qualquer menção à estrutura organizacional das empresas e sociedade. No início de tudo o termo “dinâmica de grupo” não era utilizado. “Em Recursos Humanos lutamos, inclusive, para dissociar a palavra “brincadeira” do conteúdo técnico, pois é uma das imagens distorcidas do instrumento”, afirma Izabel Failde, psicóloga, consultora em RH e especialista em Dinâmica de Grupo do Empregos.com.br.
Tudo começou no período paleolítico, com as ingênuas brincadeiras das crianças. Izabel conta que nesta fase já existem registros de desenhos nas cavernas, provavelmente retratando as guerras entre as tribos ou lutas com os animais (para subsistência). As crianças, posteriormente, imitavam os pais utilizando as armas na simulação de brincadeiras de guerra. Neste período já há impressões arqueológicas de que eles tinham consciência do jogo, usando uma bexiga de animal como bola, por exemplo. Na Idade Média, surge a idéia da simulação de situações. Os pagens simulavam uma “guerra” com as crianças, fazendo uso de arco-e-flexa e de jogos como “cabo de guerra”. Nesta época já há inclusive a idéia de ganho e perda que um jogo pode causar.
Mais tarde, já na época industrial, em 1933, foi realizada uma pesquisa para verificar se o estresse e as condições estruturais das fábricas influíam no trabalho dos operários. A investigação provou que as condições de trabalho, extremamente precárias, prejudicavam e causavam fadiga nos funcionários. Com algumas melhorias, como uma iluminação adequada, os trabalhadores tiveram uma significativa melhora na performance. “Desde então foi provado que os fatores externos prejudicam na dinâmica dos grupos”, diz Izabel.
O conceito de dinâmica de grupo como o conhecemos hoje surgiu entre 1935 e 1955. Em Psicologia Social, o grupo é a instância que estabelece a ligação entre o individual e o coletivo. Neste âmbito, emerge como um conceito que vai além dos indivíduos que o compõem. Como elementos centrais da definição de um grupo, pode-se destacar a interdependência funcional entre os seus membros, a partilha de um objetivo comum e a existência de papéis e normas.
Um dos teóricos mais influentes para o estudo dos grupos foi Kurt Lewin, que instituiu o termo “Teoria de Campo”, porque entende que o ser humano age num mundo de forças (vetores) com cargas (valências) positivas ou negativas. A Teoria de Campo considera que não se pode compreender o comportamento do indivíduo sem se considerar os fatores externos e internos à pessoa, uma vez que estes interagem na determinação desse comportamento. Lewin foi ainda um dos criadores da Teoria da Dinâmica dos Grupos, que procura analisar, do ponto de vista interindividual, as estruturas do grupo, como o poder, a liderança e a comunicação.
Mas, afinal, o que vem a ser a dinâmica de grupo? A partir do momento que temos três ou mais pessoas se comunicando e trocando informações podemos dizer que elas estão se movimentando, aprendendo, e se há uma interação há a dinâmica. A dinâmica de um grupo é o seu movimento, e a vida deste grupo é a inter-relação entre os participantes.
Participamos e coordenamos vários grupos ao longo da vida: na escola, em casa, no trabalho… Cada grupo tem um objetivo e dinâmica próprios. Veja um exemplo: em um grupo de amigos que se encontra num sábado à noite, o objetivo maior é se divertir, trocar idéias, enfim, passar um tempo agradável ao lado de pessoas que se gosta. Por outro lado, em um processo de seleção a dinâmica é utilizada para identificar comportamentos que não passíveis de serem identificados em testes, como liderança, capacidade para atuar em equipe, entre outras competências comportamentais. Tudo depende da vaga e do que a empresa quer do candidato.
A dinâmica de grupo é usada como ferramenta com fins de aprendizagem nos Estados Unidos desde 1950. No Brasil, imagina-se que ela começou a ser utilizada em escolas e empresas na década de 70, mas não há dados que comprovem isso.
A partir de agora, você conhecerá um pouco mais sobre a finalidade, as etapas e curiosidades sobre a dinâmica de grupo como ferramenta em processos seletivos e também em treinamentos.
Breve Histórico das Dinâmicas de Grupo
Postado por Filipe Marinho
A Dinâmica de Grupo surgiu bem antes de haver qualquer menção à estrutura organizacional das empresas e sociedade. Tudo começou no período paleolítico, com as ingénuas brincadeiras das crianças, imitando os pais a utilizar as armas na simulação de brincadeiras de guerra. Neste período já há impressões arqueológicas de que eles tinham consciência do jogo, como por exemplo, o facto de usarem bexiga de animal como bola.
Na Idade Média, surge a idéia da simulação de situações, onde os pagens simulavam “guerras” com as crianças, havendo já, nesta época, a ideia de vitória e derrota que um jogo pode causar.
No entanto, o conceito de dinâmica de grupo como o conhecemos surgiu entre 1935 e 1955. Como elementos centrais da definição de um grupo, pode-se destacar a interdependência funcional entre os seus membros, a partilha de um objetivo comum e a existência de papéis e normas.
Um dos teóricos que mais influenciou o estudo de grupos foi Kurt Lewin, instituindo o termo “Teoria de Campo”, que entende que o ser humano age num mundo de forças, com cargas positivas ou negativas. Lewin criou ainda a Teoria da Dinâmica de Grupos, onde procura analisar as estruturas do grupo, como o poder, a liderança e a comunicação, de um ponto de vista interindividual.
Definição de Dinâmicas de Grupo
As dinâmicas são instrumentos, ferramentas que estão dentro de um processo de formação e organização, que possibilitam a criação e recriação do conhecimento.
Neste caso específico, dinâmica de grupo é uma ferramenta que permite estudar grupos, sendo usada também em processos de seleção. Pelo fato de haver interação e influência mútua, os grupos desenvolvem processos dinâmicos variados que os separam de um conjunto aleatório de indivíduos. Estes processos incluem normas, papéis sociais, relações, necessidade de pertencer, influência social e feitos sobre o comportamento.
Dinâmica de grupo forma ainda a base da terapia de grupo, freqüentemente com abordagem terapêutica, sendo para além disso muito utilizada pelos sectores de Recursos Humanos na seleção de candidatos a emprego.
Independentemente das metas específicas (animação, aprendizagem ou formação, desenvolvimento pessoal, gestão de equipas, seleção de pessoal, reuniões de trabalho, etc.), as dinâmicas de grupo contribuem definitivamente para facilitar e aperfeiçoar a ação dos grupos, em virtude do seu poder de ativação dos impulsos e motivações individuais das dinâmicas interna (indivíduo – grupos) e externa (grupo – grupos), de forma a potenciar a integração das forças existentes no grupo e melhor direcionar estas para as metas estabelecidas.