Conversa com os alunos Rodada

 em Área Humana Educação Superior, Educação superior, Texto Área Humana Educação Superior

Se em tempos considerados normais já era necessário reservar momentos para adaptação dos alunos, em 2022 é ainda mais importante que as equipes pedagógicas pensem em esforços para que os estudantes se sintam bem no ambiente escolar. Após dois anos de ensino remoto ou híbrido, a realização de dinâmicas como rodas de conversa podem ajudar a fortalecer o vínculo dos alunos com a escola

Rodas de conversa

Quem não lembra dos professores que queriam movimentar as aulas e sugeriam organizar as cadeiras em uma grande roda? A estratégia é interessante pois, dessa forma, todas as pessoas conseguem se enxergar e perceber a fala, o tom de voz e a linguagem corporal do colega, detalhes que fazem diferença para interpretação da mensagem.

Assim como para professores – como citado no guia Orientações de Acolhimento para Professores –, as rodas de conversa também são ferramentas interessantes para crianças, pré-adolescentes e jovens no momento de chegada à escola para o novo ano. Isso porque, depois de uma certa idade, os estudantes começam a desenvolver e aprimorar cada vez mais suas capacidades de comunicação, descobrindo novas palavras e expressões e refinando o vocabulário.

O poder da fala

Promover rodas de conversa, debates ou situações nas quais os alunos devem se expressar e dividir com a turma o seu ponto de vista traz múltiplos benefícios. Um deles é o fato de colocar o estudante na posição de protagonista da construção do próprio conhecimento, como explica a Jornada da Mente da Vivescer.

Quando nos expressamos, a mente humana vai organizando as informações, o que ajuda a compreender melhor determinado conteúdo, por exemplo. Além disso, é nesse momento que o professor pode perceber se a criança ou jovem tem a capacidade de ordenar seus pensamentos e criar uma linha de raciocínio.

Dividindo experiências

Na matéria anterior, Fernanda Arantes, professora do curso de pedagogia do Instituto Singularidades e especialista em Educação Infantil, reforçou a importância de a escola e os educadores considerarem os saberes adquiridos pelos estudantes durante a pandemia. Foi nesses momentos de afastamento físico da escola que crianças e jovens vivenciaram novas experiências.

Há notícias de pessoas que mudaram de casa, famílias que adotaram um animal de estimação, outros que passaram a ajudar mais nas tarefas domésticas, muitos que perderam conhecidos, amigos e/ou familiares. Por isso, reservar um espaço seguro, respeitoso e livre de julgamentos para que os estudantes possam compartilhar suas opiniões, percepções e até sentimentos é uma estratégia de aproximação, quase uma ponte entre a escola e cada um dos alunos.

No fim das contas, combinar as experiências dos estudantes ao dia a dia em sala de aula impacta positivamente o clima escolar, fortalecendo o vínculo do aluno com a escola e permitindo que os colegas tenham contato com outras culturas e costumes.

Na prática

Muitos ensinamentos das jornadas da Vivescer podem ajudar os educadores a preparar rodas de conversa e debates.

Na Jornada Emoções, por exemplo, é possível aprender sobre a relação entre as emoções, o aprender e o ensinar; o uso das assembleias escolares como uma forma de apoiar a construção de competências; e passos para aprofundar a escuta.

Já a Jornada do Corpo traz reflexões sobre a linguagem corporal; a conexão entre corpo e emoções; a voz como expressão; e reflexões sobre cultura e movimento. Realizar as atividades de cada jornada pode, inclusive, estimular o surgimento de novas ideias.

Além disso, a Vivescer reuniu algumas dicas e orientações para a realização da dinâmica das rodas de conversa. Confira:

Combinados

  • evitar uso de celulares e conversas paralelas;
  • respeitar a vez de cada um falar;
  • respeitar a fala do outro e não fazer bullying.

Preparação

  • criar um ambiente acolhedor e respeitoso;
  • garantir que todos estejam sentados e se vendo;
  • o professor/a professora fará o papel de mediador da roda ou debate;
  • eleger um objeto que deve ser segurado pela pessoa que está com a palavra;
  • eleger um gesto ou palavra para chamar atenção quando os alunos dispersarem;
  • cada roda pode contar ou não com um tema específico, como experiências/aprendizados durante a pandemia.

A roda

  • o professor deve dar início à roda com os combinados;
  • enquanto mediador, o professor pode dar as boas-vindas à turma e, como aquecimento, compartilhar uma história pessoal;
  • pode-se eleger uma pergunta disparadora para incentivar a participação dos estudantes;
  • durante a roda, o professor pode anotar eventuais ideias que surgem a partir da fala dos estudantes.

Você já organizou esse tipo de dinâmica com a sua turma? Deixe seu relato nos comentários!

Postagens Recentes

Comece a digitar e pressione Enter para pesquisar