Variedades do Ceara
Regiões metropolitanas
A Região Metropolitana de Fortaleza, onde se localiza a capital, foi criada pela Lei Complementar Federal nº 14, de 8 de junho de 1973, que instituía, também, outras regiões metropolitanas no país. Inicialmente, a Região Metropolitana de Fortaleza era formada por apenas por Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Pacatuba e Aquiraz, sendo, posteriormente, adicionados os municípios de Maracanaú (1983); Eusébio (1987); Itaitinga e Guaiúba (1992); Chorozinho, Pacajus, Horizonte e São Gonçalo do Amarante (1992); Pindoretama e Cascavel (2009)[135] e Paracuru, Paraipaba, Trairi e São Luís do Curu (2014).[136]
Existem ainda mais duas regiões metropolitanas no estado: a Cariri (RMC), a Sobral (RMS). A primeira foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 78, de 29 de junho de 2009, e é formada por nove municípios do sul cearense: Barbalha, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Várzea Alegre, Jardim, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri.[137] A Região Metropolitana de Sobral foi constituída mediante aprovação da Lei Complementar Estadual nº 168, de 27 de dezembro de 2016, e é formada por dezoito municípios: Massapê, Senador Sá, Pires Ferreira, Santana do Acaraú, Forquilha, Coreaú, Moraújo, Groaíras, Reriutaba, Varjota, Cariré, Pacujá, Graça, Frecheirinha, Mucambo, Meruoca, Alcântaras, e Sobral.[138]
Há forte concentração populacional na Região Metropolitana de Fortaleza, onde se verifica um maior contingente na capital e suas cidades do entorno que formam uma mancha urbana contínua. Entre 2010 e 2018, a Região aumentou de 42,68% para 44,69% sua participação em relação à população estadual e teve um incremento populacional de 12,69%, com uma taxa de crescimento de 1,5% do ano.[139] Destaca-se também a RMC, a partir a conurbação entre as cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, o chamado Crajubar.[140] Nessas duas regiões estão os municípios mais densamente povoados do estado: Fortaleza (7 786,52 hab./km²), Maracanaú (1 877,5), Juazeiro do Norte (1 006,91), Eusébio (582,64) e Pacatuba (498,35).[141]
Desenvolvimento humano
A expectativa de vida do cearense foi de 71,0 anos em 2009, com uma das maiores diferenças do país entre os homens (66,8 anos, 0,1 ano a menos que a média nordestina) e as mulheres (75,4 anos, 1,3 ano a mais que a média nordestina). O valor atual representa uma melhora de 5,3% em relação à de 1999 (67,4 anos). Assim, o estado acompanhou e até superou o aumento geral da esperança de vida do brasileiro, que foi de 4,4% (passando de 70,0 para 73,1 anos no mesmo período). Ainda assim, está muito inferior à maior expectativa de vida do País, que é a do Distrito Federal (75,8 anos).[6]
O Ceará foi o estado que mais diminuiu a mortalidade infantil de 1980 a 2006, atingindo 30,8 por mil a partir da altíssima taxa de 111,5 por mil de 1980. Houve, portanto, uma redução de 72,4%. Ainda assim, o Ceará em 2008 estava acima da taxa de mortalidade nacional de 24,9 por mil. Por outro lado, dentre os estados nordestinos, só perde para o Piauí (29,3 mortes por mil nascimentos). Seu desenvolvimento humano, contudo, ainda é muito incipiente, embora tenha gradualmente avançado: de um IDH de 0,604 em 1991, passou a 0,723 em 2005. O componente do IDH que mais avançou foi o da Educação, que passou de 0,604 para 0,808 no mesmo período, sobretudo devido ao grande aumento da matrícula de jovens.[142]
Em 2008, o Ceará atingira índices sociais mais altos que a média do Nordeste em diversos aspectos, como a expectativa de vida, escolaridade média e analfabetismo funcional, e apresentava tendência à diminuição de sua disparidade com relação à média do Brasil, superando já o índice nacional no tocante ao desemprego, ao índice de Gini e à razão entre os 10% mais ricos e os 50% mais pobres da população, denotando uma desigualdade de renda que, outrora maior que a brasileira, tornou-se ligeiramente menor a partir de 2006.[143] Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2011, o Ceará em 2009 havia se tornado o estado com mais alto desenvolvimento da Região Nordeste e o 12º do Brasil, com índice 0,7129.[144]
Religiões
A religião é muito importante na cultura da maior parte dos cearenses, sendo um fator de extrema importância na construção da identidade do povo do estado. O Cristianismo é a religião de hegemonia no Ceará e a Igreja Católica é a confissão cristã que mais deixou marcas na cultura cearense. Foi a única reconhecida pelo governo até 1883, quando, na capital do Estado, foi fundada a Igreja Presbiteriana de Fortaleza.[145]
Durante todo o século XX, várias igrejas se instalaram no Estado e no final desse século houve um aumento considerável de pessoas de outras religiões. Contudo, o Ceará é ainda o segundo estado brasileiro com maior proporção de católicos, 85% da população, segundo dados de 2000.[146] Os evangélicos são 8,2%, os espíritas, 0,4%, os membros de outras religiões, 0,9%, e os sem religião, 3,7%.[147]
O catolicismo tem uma extensa rede de igrejas e organizações religiosas em todo o Ceará. A Província Eclesiástica de Fortaleza, encabeçada pela Arquidiocese de Fortaleza, lidera oito dioceses: Crateús, Crato, Iguatu, Itapipoca, Limoeiro do Norte, Quixadá, Sobral e Tianguá. A Igreja Católica foi uma grande força política no passado, sobretudo até a primeira metade do século XX, época em que organizações católicas influenciaram decisivamente os rumos da política estadual.[148]
Cada um dos 184 municípios cearenses possui seu padroeiro. O padroeiro do Ceará é São José. O seu dia no calendário religioso, 19 de março, é feriado estadual. Segundo a tradição popular cearense e a tradição dos profetas da chuva, essa data tem grande significado, pois, se nesse dia houver chuva, o “inverno” (estação chuvosa) estará garantido. Do contrário, a seca estará inegavelmente caracterizada.[149]
A fé sertaneja, muitas vezes associada ao messianismo e marcada por profunda relação com os santos, rituais e datas religiosas, foi e continua sendo bastante influente na história cearense e nos costumes e festejos cearenses. A cidade de Juazeiro do Norte surgiu de um assentamento que, sob orientação do Padre Cícero, considerado pela fé popular um santo, tornou-se um local de peregrinação religiosa e, nos últimos anos, atrai milhares de crentes de vários locais do Brasil. Outro local de grande peregrinação religiosa no Ceará é a cidade de Canindé que abriga um importante santuário em devoção a São Francisco, considerado o maior das Américas.[150]
Composição étnica
A constituição étnica do povo cearense remonta a muitos séculos. O censo de 1813 mostrava uma configuração já tendente à atual, com predominância de pardos: 28% de brancos, 6% de indígenas, 16% de negros e 50% de pardos.[151]
| Cor/Raça | Porcentagem[152] |
|---|---|
| Brancos | 33,05% |
| Negros | 3,03% |
| Pardos | 63,39% |
O povo cearense foi formado pela miscigenação de indígenas catequizados e aculturados após longa resistência, colonizadores europeus e negros que viviam como trabalhadores livres ou escravos.[153] O povoamento do território foi bastante influenciado pelo fenômeno natural da seca. Em 2008, a distribuição da população cearense por cor era de 33,05% autodeclarados brancos, acima dos 30,02% verificados na contagem de 1998; 3,03% autodeclarados negros, acima dos 1,22% em 1998; e 63,39% de autodeclarados pardos, proporção essa que diminuiu, comparada à de 1998, de 68,69%. Em proporção, o Ceará tem mais brancos e menos negros que a média nordestina, mesmo que a proporção de pessoas que se autodeclaram negras tenha aumentado bastante.[143]
Em decorrência das características econômicas que sempre predominaram no Ceará, como a pecuária e a cotonicultura, e aos aspectos naturais da terra, como o regime periódico de secas, que gerava graves situações de escassez de alimentos em várias áreas sertanejas, a escravidão africana não vicejou no estado da mesma forma que ocorreu no restante do país à época. Dessa forma, a população negra cearense sempre foi relativamente pequena. Vários negros, contudo, migraram para o Ceará como homens livres e fincaram raízes.[154] Estudos indicam que a maior parte dos negros cearenses tinham origem em povos bantus e do Benim.[155] Em 1864, havia apenas 36 mil cearenses escravos; número que, em 1887, reduzira-se para apenas 108 dentro de uma população que, já em 1872, era composta por 721 686 habitantes.[156] Em 1813, os escravos representavam 11,5% dos cearenses, dos quais 63% eram negros.[151] Ao fazer comparação com estados escravistas próximos, constata-se quão pouco importante era a escravidão na sociedade do Ceará: em 1864, Pernambuco tinha 260 mil escravos, permanecendo ainda com 41 122 em 1887; e a Bahia, 300 mil escravos em 1864 e 76 838 escravos restantes em 1887.[157]
Segundo dados do estudo Frequência de Antígenos HLA em uma Amostra da População Cearense, realizado pelo professor Dr. Henry Campos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, há um predomínio nítido de um antígeno no grupo de cearenses que não é o mesmo presente nas populações de negros e portugueses.[158]
O Ceará tem, atualmente, quinze etnias indígenas nativas reconhecidas. A população estimada dessas etnias é de 22,5 mil, de acordo com dados do Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará (FUNASA). No Ceará, muitas pessoas desconheciam a existência dos índios, pois políticas oficiais, durante muito tempo, obrigaram os indígenas a esconderem sua identidade. Um decreto da Assembleia Provincial do Ceará, datado de 1863, declarou que não havia índios na província.[159]
Política
O estado é governado por três poderes: o Poder Executivo, representado pelo governador do Ceará; o Poder Legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Ceará; e o Poder Judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. O Executivo é exercido pelo governador e todas as secretarias de estado, órgãos vinculados e a administração indireta. Exemplos de órgãos que integram essa administração são as secretarias da Ciência e Tecnologia, de Educação e da Fazenda, e ainda o Departamento de Edificações e Rodovias. A administração indireta é feita por autarquias, empresas públicas e fundações, tais como a Escola de Saúde Pública do Ceará, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.[160]
O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa do Ceará, que é composta por 46 deputados.[161] O legislativo estadual fiscaliza as contas públicas do executivo, bem como aprova e regula todas as leis com jurisdição no território do Ceará. A TV Assembleia é um órgão de comunicação da assembleia do Ceará, que divulga as ações desta instituição. Na função de fiscal das atividades do poder executivo, a assembleia do Ceará é auxiliada por dois tribunais de contas, o Tribunal de Contas do Estado do Ceará, fiscal do governo estadual, e Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, fiscal das prefeituras, que também auxilia as câmaras municipais nessa tarefa.[162]
O Judiciário cearense tem como instância máxima o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, composto por 27 desembargadores.[163]
Subdivisões
O Ceará é composto por 184 municípios, que estão distribuídos em 18 regiões geográficas imediatas, que por sua vez estão agrupadas em seis regiões geográficas intermediárias, segundo a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vigente desde 2017. As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização da divisão regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das antigas mesorregiões, que estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua vez, substituíram as microrregiões.[164] O Governo do Ceará dividiu o estado em oito macrorregiões de desenvolvimento e em vinte regiões administrativas.[165]
Litígio territorial
No governo colonial do Governador Sampaio, o engenheiro Silva Paulet apresentou mapa da província em 1818 que mostrou o limite oeste do litoral até a foz do Rio Igaraçu. Desta forma, a então localidade de Amarração, atual cidade de Luís Correia, faria parte do Ceará. Durante o século XIX, a localidade teve assistência da cidade cearense vizinha, Granja, até que em 1874 os parlamentares estaduais decidiram elevar a localidade à categoria de vila. Essa atitude chamou a atenção dos políticos do Piauí, que reivindicaram esse território. A solução ocorreu em 1880, quando foi decidindo que haveria uma troca, na qual Piauí restabeleceu a totalidade de seu litoral e o Ceará incorporou os municípios de Crateús e Independência.[166]
Desde essa época, persistem na divisa do Ceará com o Piauí vários pontos com indefinições de seus limites.[167] A área total em disputa seria de aproximadamente 3 000 km², o que equivale ao dobro da área do município de São Paulo. Depois da Constituição de 1988, foi proposto que, em 1991, seriam resolvidas as questões de limites entre os estados, mas somente em 2008 um acordo foi apresentado. O acordo, no entanto, não foi concretizado, pois o Piauí abandonou as negociações. Diversas propostas surgiram como tentativa de resolução do litígio, entre elas a de um plebiscito.[168]
Economia
Em 2008, o PIB cearense, em preços de mercado, foi de R$ 60 098 877 000, dos quais 47,17% estão concentrados na capital Fortaleza, segundo estudo do Ipece.[169]
Os cinco municípios com PIB per capita mais altos no Ceará são: Eusébio (R$ 23 205), Horizonte (R$ 15 947), Maracanaú (R$ 15 620), São Gonçalo do Amarante (R$ 14 440) e Fortaleza (R$ 11 461), todos muito acima da média estadual, que é de R$ 7 112. Os dez municípios de maior PIB abrangem 67,86% do PIB total.[169]
A partir da década de 1960 houve uma progressiva industrialização e urbanização, que ganhou impulso a partir da década de 1980, em parte devido à política de concessão de benefícios fiscais a empresas que se instalassem no estado.[170]
Desde 2004 a economia cearense vem crescendo, moderada, mas sustentadamente, entre 3,5% e 5% ao ano.[171] Em 2007 o crescimento foi de 4,4%, e em 2008 de 6,5%, sendo o primeiro inferior à média brasileira para aquele ano e o segundo bastante superior, principalmente devido à forte recuperação da agropecuária cearense (24,59%) aliada à manutenção em níveis altos do crescimento da indústria (5,51%) e do setor de serviços (5,21%).[172]
Em 2009, apesar da crise econômica internacional e de perdas no setor primário, o PIB cearense cresceu 3,1%, bastante acima do resultado do PIB brasileiro, de -0,2%, sobretudo devido ao bom desempenho do setor de serviços.[172] Com isso, o PIB cearense atingiu pela primeira vez um patamar de mais de 2% da produção nacional.[172] Uma estimativa feita pelo IPECE mostra que o PIB do Ceará teve um crescimento nominal recorde, quando cresceu 10 bilhões, quando comparado o ano de 2010 com o ano de 2009.[174]
Em 2011, a economia cearense continuou a crescer acima da média nacional. O PIB cearense totalizou 84 bilhões, um aumento de 10 bilhões se comparado ao ano anterior, segundo dados preliminares do IPECE.[175]
O instituto também citou expectativas para a economia em 2012, onde possivelmente, crescerá entre 5% e 5,5%, ainda acima da média nacional. O PIB cearense deve totalizar, ao final do ano, um valor em cerca de 96 bilhões. Para 2013 está previsto que o PIB ultrapassará os 100 bilhões de reais, com o PIB per capita chegando próximo dos 14 000 reais. Quanto a sua pauta de exportações, foi, em 2012, baseada em Calçados de Borracha (17,32%), Couro Preparado de Bovinos ou Equinos (14,60%), Coco, Castanha e Caju (11,73%), Melões (7,00%) e Calçados de Couro (6,86%).[173]
Setor primário
Destacam-se na atividade agrícola: feijão, milho, arroz, algodão herbáceo, algodão arbóreo, castanha de caju, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate, banana, laranja, coco e, mais recentemente, a uva.[176] Recentemente tem crescido um pólo de agricultura irrigada dirigida principalmente à exportação, em áreas próximas à Chapada do Apodi, dedicando-se especialmente ao cultivo de frutas como melão e abacaxi. Outro destaque muito recente é o do cultivo de flores, que tem ganhado importância especialmente na Cuesta da Ibiapaba. Na pecuária os rebanhos de maior representatividade são: bovinos, suínos, caprinos, eqüinos, aves, asininos, carcinicultura e ovinos.[177]
Os principais recursos minerais extraídos do solo cearense são: ferro, água mineral, calcário, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, sal marinho, grafita, gipsita, urânio bruto. O município de Santa Quitéria, na localidade de Itataia, possui uma das maiores reservas de urânio do Brasil.[178]
Setor secundário
O Ceará tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 24,8 bilhões, equivalente a 1,9% da indústria nacional e empregando 306.553 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (26,7%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (20,3%), Couros e Calçados (9,7%), Alimentos (8,9%) e Metalurgia (7,4%). Estes 5 setores concentram 73,0% da indústria do estado.[179]
Os principais setores da indústria cearense são vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e calçadista. A maioria das indústrias esta instalada na Região Metropolitana de Fortaleza, com destaque para Fortaleza, Caucaia e Maracanaú onde se encontra o Distrito Industrial de Maracanaú sendo um importante complexo industrial, dinamizando a economia do estado do Ceará.[180]
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará é a entidade sindical dos donos das empresas. A entidade congrega a maioria dos donos e dirigentes industriais. Algumas das grandes empresas do Ceará com alcance nacional vinculadas a FIEC são: Aço Cearense, Companhia de Alimentos do Nordeste, Grendene, Café Santa Clara, Grande Moinho Cearense, Grupo Edson Queiroz, Indústria Naval do Ceará, J. Macêdo, M. Dias Branco, Troller e Ypióca.[181]
Setor terciário
O comércio é muito marcante na economia do Ceará compondo o PIB do estado com mais de 70%.[169] Em 2009 foi iniciada a construção da segunda central de abastecimento do estado que ficará na região do Cariri e complementará a distribuição de alimentos juntamente com a CEASA da Região Metropolitana de Fortaleza.[182]
Em Fortaleza existem vários shopping centers: Iguatemi Fortaleza, North Shopping, Shopping Aldeota, Shopping Benfica, Shopping Center Um, Shopping Del Paseo e Shopping Via Sul. Além desses, somente outros quatro shoppings ficam fora da capital: o North Shopping Maracanaú, que fica em Maracanaú; o Iandê Shopping Caucaia, que fica em Caucaia; o North Shopping Sobral, que fica em Sobral; e o Cariri Shopping, que fica em Juazeiro do Norte.[183]
Turismo
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A Lua e a Estrela, símbolo nas falésias da Praia de Canoa Quebrada
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O Ceará é um dos estados com maior faixa litorânea, e vem dessa grande extensão boa parte de sua fama turística. As praias de maior destaque são: Jericoacoara (incluindo Lagoa Azul e Lagoa do Paraíso), Praia do Futuro, Canoa Quebrada, Cumbuco, Praia de Flecheiras, Praia de Morro Branco, Praia de Ponta Grossa, Praia de Tatajuba, Lagoinha, Porto das Dunas, na qual está o Beach Park, um dos maiores parques temáticos da América Latina,[185] dentre outras.
Alguns dos espaços culturais importantes do estado são: Casa de José de Alencar (que abriga o Museu da Renda, o Museu da Antropologia, a Pinacoteca Floriano Teixeira e a Biblioteca Braga Montenegro), Museu da Imagem e do Som do Ceará, Museu do Ceará, Theatro José de Alencar, um dos mais importantes exemplos da arquitetura art nouveau no Brasil, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, que abriga, dentre outras instalações, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará, o Museu da Cultura Cearense, Museu Sacro São José de Ribamar e o Museu Dom José.[186]
Outras atrações destacáveis são: Arquivo Público do Estado do Ceará, Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, Casa de Juvenal Galeno, Centro Cultural Bom Jardim, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, Sobrado do Doutor José Lourenço, Academia Cearense de Letras, Instituto do Ceará, Instituto Cultural do Cariri, Museu dos Inhamuns, Academia Sobralense de Estudos e Letras.[187]
Infraestrutura
Ciência e tecnologia
O Ceará mantém a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico como principal instituição de fomento científico e tecnológico do estado.[188] O principal espaço de desenvolvimento científico do estado é o Campus do Pici, em Fortaleza, abrigando boa parte dos laboratórios da Universidade Federal do Ceará e outras instituições como o Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho no Nordeste e a sede da rede GigaFOR e vários cursos de pós-graduação. Em todo o estado são ofertados 154 cursos de pós-graduação sendo 103 de mestrado e 51 de doutorado.[189]
O Ceará tem destaque na história e na pesquisa astronômica do Brasil. O Rádio-Observatório Espacial do Nordeste do INPE instalado em Eusébio é o maior radiotelescópio do Brasil. A Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia (SBAA), com sede em Fortaleza, é uma das principais instituições divulgadoras da astronomia no país.[190]
Em 2009, Ano Internacional da Astronomia, o Ceará passou e integrar a Rede Internacional de Centros para Astrofísica Relativística (Icranet). Essa integração visa orientar os cursos de graduação em física das universidades UVA e UECE, respectivamente em Sobral e Fortaleza, para estudos nas áreas de astrofísica, astronomia e criar um programa de pós-graduação específico na UECE.[191]
O primeiro registro de fósseis no Brasil se deu com o livro “Viagem pelo Brasil” (Reise in Brasilien), publicado entre 1823 e 1831, relatando a descoberta de um peixe Rhacolepis na atual cidade de Jardim.[192] A bacia sedimentar da Chapada do Araripe conta com uma formação muito rica em fósseis da flora e fauna do Cretáceo, boa parte em excelente estado de preservação, sobretudo na cidade de Santana do Cariri.[193] Os fósseis da região tem sido importantes para comprovar a deriva dos continentes africano e sul-americano.[194]
Nessa área foi estabelecido o Geoparque Araripe, o primeiro do gênero no Hemisfério Sul, visando a proteger sua significativa importância geológica e paleontológica.[194] O trecho mais importante do geoparque é a Formação Santana, que se destaca por conter os primeiros registros de tecidos moles (não ósseos) de pterossauros e tiranossauros do mundo, as primeiras fanerógamas fósseis da América do Sul e várias espécies de peixes fossilizados.[192]
