A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO Parte 2

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Futebol

O futebol é o esporte mais praticado no Brasil e um dos mais queridos entre os alunos, principalmente os meninos. Esse tipo de ensino conhecido como pedagogia do dominante, no qual, Paulo Freire explica que quem predomina é somente o discurso e a prática do professor. Ou seja, o docente seria o sujeito da educação, e os alunos apenas receptores de informações prontas sem ao menos opinarem. Infelizmente muito educadores físicos insistem em apenas mostrar o conteúdo e o conhecimento prontos aos estudantes, impossibilitando-os de fazer parte do conhecimento, de poder construí-lo através das suas vivências e experiências.

O futebol não pode ser ensinado somente como um simples jogo de regras e conceitos técnicos. É preciso valorizar o conhecimento histórico social do mesmo, seus impactos na sociedade e como está inserido em nossa cultura. Além disso, é preciso ensinar o que o esporte pode nos proporcionar de melhor, o coletivo acima do individual, a solidariedade, o respeito para com o próximo e a diversidade social.

Vôlei

O que o futebol é para os meninos, o vôlei é para as meninas, pelo menos em grande parte das escolas, sem dúvida é um esporte que chama bastante atenção dos alunos. Muitas crianças só têm acesso a esse esporte nas aulas de educação física, portanto é um esporte que deve ser muito explorado nas instituições de ensino, assim como o futebol. Os alunos também deve ter conhecimento sobre a história da modalidade, sua transição, e a relação do esporte com o Brasil.

Além é claro, que o jogo é uma oportunidade de ensinar conteúdos às crianças, estimulando-as, e principalmente, que se entenda que o aluno encontra-se como sujeito e não como objeto no espaço educativo.

O vôlei deve ser ensinado de forma lúdica, contribuindo para que a criança tenha prazer em jogá-lo e se envolva com essa modalidade a ponto de querer conhecer mais sobre o esporte e desenvolver suas habilidades em relação ao desporto.

Basquete

O basquete é um esporte em equipe que contribui para o desenvolvimento emocional, psicológico e físico do aluno, desde que o professor ensine-o de forma educativa e não mecanizada, ou seja, quando o professor passa apenas as regras e conceitos técnicos sem se comprometer com a importância do conhecimento histórico social do esporte.

Esse esporte colabora para prevenção de doenças que estão cada vez mais impactando crianças e jovens da atual geração, como: obesidade, diabetes, estresse, ansiedade, depressão e claro o sedentarismo.

De acordo com Balbino e Paes (2005), o educador deve compreender que o basquete promove o movimento humano, as inteligências múltiplas, os aspectos psicológicos, os princípios filosóficos e a aprendizagem social do aluno.

O importante é também tornar a aula divertida, ensinar basquete para crianças, por exemplo, deve ser de forma descontraída, sem utilizar técnicas muito elaboradas, mantendo o aluno sempre comprometido com o aprendizado.

Esportes em grupo

As aulas de esporte em grupo ensinam:

  • Trabalho em equipe;
  • Inclusão social;
  • Comparticipar;
  • Partilhar;
  • Técnicas de modalidades diversas.

Os estudantes aprendem também a solucionar situações problemas.

O bom dos esportes em grupo é que podem ser praticados por todos os alunos, desde os pequenos até os adolescentes, e também os alunos com necessidades especiais. Para tanto é importante fazer adaptações com relação ao jogo, como:

  • Tamanho e peso da bola;
  • Tamanho da quadra;
  • Altura das redes de vôlei e cestas de basquete de acordo com a faixa etária da criança.

É importante criar campeonatos na escola, pois contribuem para os alunos aprenderam análise tática, trabalho em equipe e respeito ao adversário, porém todos devem participar. Destacamos também a importância da formação das equipes que devem ser diversificadas tanto em gêneros, portes físicos e também os mais e os menos habilidosos.

Já o professor deve sempre manter os alunos motivados, ditar e explicar com clareza as regras do jogo, e intermediar conflitos entre os alunos. Além de incitar os estudantes a identificar as próprias capacidades físicas, como ritmo, velocidade, força e resistência para que consigam se sair cada vez melhores.

Educação física e a saúde dos alunos

É importante o professor ter consciência do estado de saúde de seus alunos. Assim, ele poderá desenvolver aulas com mais qualidade, segurança e poderá também orientá-los de forma correta. Para isso seria interessante o professor juntamente com a escola realizar a avaliação antropométrica em seus alunos, além de aplicar o questionário IPAQ (Internacional Physical Activity Questionnaire). Este questionário tem o objetivo de avaliar o nível de aptidão física pertinente à atividade física, a coordenação motora e a saúde do aluno. Então, a partir dos resultados planejarem as aulas de educação física.

Essas avaliações são importantes pois o professor passa a conhecer um pouco melhor seu aluno, está fundamentada no que diz os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), em seus objetivos para o Ensino Fundamental do terceiro e quarto ciclos: é importante despertar no aluno o conhecimento do seu próprio corpo e de ser orientado a cuidar do mesmo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida, para que o aluno tenha responsabilidade em relação a sua saúde e a saúde coletiva. 

Importância do aquecimento antes da atividade física escolar

Os nossos músculos precisam de calor, principalmente quando está em repouso. Por isso precisamos fazer um aquecimento antes da atividade proposta. Quando o aluno vai para a aula de educação física é importante que o professor inicie com um pré-aquecimento. Esse aquecimento possibilita o aumento do fluxo de sangue para os músculos, aumentando a temperatura do corpo e diminuindo a probabilidade de lesões.

O aquecimento é uma ferramenta que deve ser parte integrante do início de qualquer atividade recreativa, esportiva ou laboral. Logo após a atividade física, encerre a aula com um alongamento para relaxar toda a musculatura trabalhada.

Cuidados especiais com o seu aluno atleta durante os treinos de preparação física

Muitos alunos não têm costume de fazer qualquer tipo de exercícios físico. Por isso, o professor deve buscar saber mais sobre a vida e ficar atento a cada movimento que eles fizerem, pois exercícios errados e com falta de postura pode ocasionar problemas ortopédicos e na coluna, além de lesão muscular, dores articulares e câimbras.

É preciso buscar informações sobre a saúde do aluno, se há algum problema de saúde como diabetes, hipertensão arterial, problemas coronarianos e respiratórios, além de problemas na coluna como hérnia.

Exercícios intensos sem saber algum tipo de informação em relação ao quadro clínico podem ser prejudiciais à saúde do estudante. Por isso, a importância de começar a praticar atividades físicas de forma gradual.

Outro cuidado especial é alertar os alunos para a hidratação, sempre dar uma pausa na aula para todos beberem água. Em dias muito quentes utilizar espaços com mais sombras ou quadras cobertas, por exemplo.

Orientar seu aluno a se alimentar melhor em dias que terão aulas de educação física é fundamental. Principalmente na parte da manhã em que muitos deles vão até em jejum para escola, o que é prejudicial.

Expectativas da educação física na visão da comunidade escolar

As expectativas são diferentes no olhar aluno versus professor. Muitos alunos e pais acreditam que as aulas são desenvolvidas corretamente. Porém, uma das grandes preocupações dos professores e das escolas, sobretudo as escolas públicas são a falta de materiais específicos e adequados para o ensino- aprendizagem. A grande maioria possui apenas materiais básicos para jogos coletivos.

Há uma escassez de materiais para ginástica, aeróbica, dança e lutas. Aulas diversificadas contribuem para o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, como: a socialização, o desenvolvimento motor e a autonomia.

São importantes também as aulas teóricas, passar para os alunos o conhecimento histórico e cultural dos esportes. Por isso, é importante que o professor esteja se atualizando e muitos por ter uma carga-horária extensa são impedidos de preparar aulas com qualidades.

Porém, como descreve Falkenbach (2002), é na escola o lugar de desenvolver a educação física que provoca as trocas e as aprendizagens entre as pessoas. Ela é responsável pelo aprendizado das relações entre as pessoas por via corporal. Portanto temos as expectativas que a educação física escolar exercerá o papel de fazer e compreender que a criança como sujeito dentro do espaço lúdico-educativo, irá aprender e se desenvolver ao se expressar.

Conclusão

A educação contemporânea renovadora busca constantemente novas metodologias e ferramentas que diversifiquem o trabalho coletivo. Assim, o estudante é inserido como o sujeito principal desse trabalho, transformando a sua realidade.

Mais do que estimular a prática de um esporte, a educação física tem a função de permitir que os alunos vivenciem outras culturas. É preciso entendê-la como uma manifestação de cultura, onde o estudante além de saber praticar os movimentos corporais corretamente deve também entender a importância da cultura notória.

É essa educação contemporânea e renovadora que queremos vê nas aulas de educação física. Por isso, é necessário o educador, a escola e a comunidade estarem abertos aos avanços e transformações que faz parte da sociedade, onde a informação é a temática fundamental do corpo social estabelecida através da convivência das pessoas, das relações construídas e de uma qualidade de vida estável.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Diretrizes Curriculares Nacionais. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: Secretaria de Ensino Fundamental, v.7, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999.

FALKENBACH, Atos P. A Educação Física na Escola: uma experiência como professor. Lajeado, UNIVATES, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

JOVEM, Onda. Jogos cooperativos, encrachado, 27. Fev.2013. Disponível em:< http://www.ondajovem.com.br/central-de-conteudo/dinamicas/encrachando> Acesso em: 05 mai.2017.

JOVEM, Onda. Jogos cooperativos, travessia, 12. Ago.2011. Disponível em: <http://www.ondajovem.com.br/central-de-conteudo/dinamicas/travessia>. Acesso em: 05 mai.2017.

PAES, R.R; BALBINO, H.F. Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.

PARANÁ, Secretaria da Educação. Jogos e brincadeiras. Disponível em: <http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteuco=173>. Acesso em: 05 mai. 2017.

 

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